SECRETÁRIO PAULO FOLETTO FALA SOBRE DESAFIOS E FUTURO PARA A SEAG-ES
Publicado em 27 de set de 2021, por PSB ES
Em continuidade a nossa série de entrevistas com lideranças do PSB-ES, entrevistamos nosso Secretário Estadual de Agricultura, Paulo Foletto.
Natural de Colatina, Paulo Foletto é médico e iniciou sua carreira política como vereador entre 1993 e 1996. Foi também deputado estadual por dois mandatos e deputado federal também eleito por dois mandatos. Convidado pelo Governador Renato Casagrande, desde 2019 Foletto está no comando da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca – SEAG.
Nesta entrevista o Secretário faz uma análise sobre o panorama político nacional e nos conta os desafios enfrentados em meio a pandemia da Covid-19.
PSB-ES – Como o senhor avalia a situação política no Brasil e as expectativas para as próximas eleições?
PF – A discussão política ficou muito no extremismo e o núcleo da discussão no congresso foi muito pequeno. As ações de Bolsonaro, deixando de lado o conhecimento, a ciência, e essa luta contra a pandemia utilizando conceitos abstratos sem consistência, gerou muitos problemas na nação. Durante a pandemia ficamos no “limbo”.
A discussão, pensando na politica futura, ficou “extremada”: de um lado os que dizem que o PT não pode voltar devido a corrupção, de outro lado os que acusam Bolsonaro de genocida, extremista e de direita.
A nossa expectativa é que tenhamos um nome com serenidade para conduzir a nação. Eu, particularmente, espero alguém que consiga se consolidar para sairmos do extremismo, como fizemos aqui no Espírito Santo. Somos um governo de serenidade e calma, que olhamos para as dificuldades e desigualdades e as corrigimos. Um Governo que não parou e enfrentou a pandemia com racionalidade. Não perdemos vidas por falta de recurso, atendemos em todas as instâncias da doença e da vacinação.
É isso que esperamos para o Brasil, que entremos numa discussão política com programas,olhando para os problemas da nação.
Um país continental não pode ficar discutindo temas pequenos, e infelizmente, temos um Governo que está fadado ao fracasso. Não torcemos por isso, pois, quanto melhor estruturado estiver o Governo, mais estruturação vai ter no Espírito Santo e não é o que estamos tendo.
Olhamos para frente com serenidade e esperando que alguma candidatura, não extremista, apareça para que possamos fazer adesão e levarmos adiante um projeto de nação parecido com o que construímos aqui no Espírito Santo.
PSB-ES – E com a renovação na política, como o senhor avalia?
PF – A política tem ciclos, e essa renovação do votar no novo, trouxe o “bolsonarismo” e um “direitismo” que tinha sido oprimido pela esquerda. Isso é natural, o ciclo político é natural. Algumas novidades não renderam o que se esperava, mas isso também é normal.
Acredito que devemos entrar numa racionalidade do voto, seja para o Congresso, seja para as Assembleias, ou ainda para governos. Se o novo não foi tão produtivo assim, a população acaba refletindo no voto mais racional, em um voto pra quem tem proposta, serviço prestado e um passado já presente na política de maneira limpa.
Eu acredito numa eleição melhor no sentido de qualidade, tenho a impressão de que o eleitor vai ter essa racionalidade na escolha do voto. Afinal, algumas surpresas foram positivas, outras já começaram negativamente e algumas vieram como um cometa: passaram brilhando mas não deixaram luz e nem consistência.
PSB-ES – Com a pandemia muitos setores foram impactados diretamente. Mas o agronegócio não parou. Como foi para o senhor estar a frente da Secretaria da Agricultura em meio a pandemia do coronavírus?
PF – Tivemos algumas dificuldades em conduzir a Secretaria durante a pandemia, como algumas limitações de mobilidade. Por outro lado, o trabalho remoto, devido ao distanciamento necessário para diminuir a contaminação, trouxe também novos ensinamentos. Descobrimos que pelo computador, tablet e celulares podemos economizar tempo e dinheiro para fazer reuniões e cursos, como por exemplo, nossos cursos de fruticultura, que antes eram presenciais e agora estão 100% online na página do INCAPER. Mantivemos o curso com altíssima qualidade a um custo reduzido, e participação maior que a presencial. Tivemos que agir com criatividade, buscando saídas e novidades para esse “novo normal” e que devem perdurar nas nossas vidas.
A pandemia mobilizou o Governo na redução de custos, nós tivemos uma limitação de investimentos, mas mesmo assim não paramos. O agronegócio brasileiro não parou, a agricultura também não parou. A pecuária e a proteína animal passaram a ser referência mundial.
Mesmo enfrentando a pandemia, o Brasil ultrapassou novamente as barreiras das produções de grãos. No Espírito Santo não é diferente, tivemos avanços no agronegócio, grandes e pequenos agricultores continuam produzindo. Nós avançamos na agroindústria dando condições, cursos e oferecendo parcerias com órgãos como o SEBRAE.
Não paramos, fizemos tudo isso com controle de tráfego, análise de contaminação e assim iniciou a vacinação, também com vacina presente. Enfim, a nossa Secretaria respeitou as regras sanitárias mas com planejamentos e em sintonia com o Governador Casagrande, que acompanhou de perto nossas ações, conversando, municiando a gente do que foi preciso e aportando orçamentos extra, para que possamos atender a população capixaba.
PSB-ES – Por fim, quais foram as principais ações à frente da pasta?
PF – A política de entrega de equipamentos na Secretaria de Agricultura já é um parágrafo consolidado e contínuo. Temos entregas volumosas através das prefeituras, e muita solicitação. Como falei, com o orçamento reforçado através do caixa do Governo do Estado, podemos atender a demanda das prefeituras.
Nossas políticas de barragem também tiveram uma entrega muito grande, e ainda temos três ou quatro obras para entregar ainda esse ano e algumas em licitações que vamos terminar.
Temos bastante entrega de calçamento rural, aplicação de Revsol, pontes rurais e melhores condições energéticas. Além do volume de obras, destaco também, a maior velocidade com que elas têm sido entregues, sobretudo nesse período pós-vacina. As demandas têm chegado, e a SEAG tem tido condições de atender praticamente todos os seus programas.
A pesquisa é um item primordial na agricultura e nós aportamos 10 milhões de reais através do Banco de Projetos. Publicamos um edital do Fundo Social de Apoio à Agricultura Familiar – FUNSAF, com 3 milhões de reais e estamos entregando 9 milhões em equipamentos para cooperativas e associações. Resumindo, apesar das dificuldades e sofrimentos de uma pandemia, como a que estamos vivenciando, a Secretaria teve um ano produtivo, e estamos com o pé no acelerador, numa velocidade grande de trabalho e de entregas para a população capixaba.